PVCC desenvolve projeto de educação financeira para jovens e adolescentes acolhidos por casas lares
Na última quarta-feira (30), o vice-presidente de relações sociais do CRCPR, Narciso Doro Junior, e o coordenador da comissão do Programa de Voluntariado da Classe Contábil (PVCC), Francisco Savi, reuniram-se com os assessores da 2ª Vice-Presidência do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), Lucas Romero Leite, Viviane Junkert dos Santos e Adriana Accioly. Também participaram do encontro contadores voluntários e representantes de casas lares de Curitiba, como assistentes sociais, psicólogos e coordenadores pedagógicos.
O propósito da reunião foi definir os moldes práticos do programa de educação financeira para menores acolhidos sobre suas finanças pessoais e administração de rendas adquiridas em seu primeiro emprego. O programa é uma parceria do CRCPR com o TJPR, e pretende desenvolver a autonomia financeira dos jovens para que eles administrem seus recursos com prudência, sendo capazes de viver com independência após completarem 18 anos, idade em que saem das instituições de acolhimento.
O encontro foi aberto e conduzido pelo vice-presidente. "Queremos ouvir as instituições, esclarecer suas dúvidas e dizer que estamos inteiramente empenhados na orientação desses jovens. Em nome do CRCPR, coloco o nosso conhecimento contábil à disposição, adequando-o devidamente à realidade dos adolescentes que iremos atender", afirmou.
O coordenador da comissão do PVCC fez uma breve apresentação do programa, explicando que o projeto levará o tema aos jovens com palestras curtas, em linguagem clara e objetiva, de modo que os adolescentes se sintam atraídos e interessados pelo assunto. Em seguida, os representantes das instituições de acolhimento expuseram as dificuldades enfrentadas em orientar financeiramente seus adolescentes. “Todo jovem quer ter um celular, um tênis bonito e uma roupa melhor, isso faz parte do universo deles, a internet e a televisão despertam esses desejos. Mas os nossos jovens não têm a menor consciência de controle financeiro. A realidade deles é muito diferente da de crianças que crescem vendo os pais se organizando financeiramente, já que não possuem a referência familiar que estabelece esses limites”, explicou Tammy Gomes, assistente social da Fundação de Associação Social (FAS).
O objetivo dos idealizadores do projeto, porém, vai muito além da mera educação financeira. Para Savi, os jovens devem aprender a sonhar, a ter perspectivas, projetos de vida; o propósito é, também, formar cidadãos, na visão do coordenador. Accioly apresentou o mesmo posicionamento. “Costumo questionar os menores sobre o seu futuro, como eles gostariam de estar quando atingirem a idade adulta. Se eles se imaginam construindo a própria família, formados numa faculdade, inseridos no mercado de trabalho, levando uma vida feliz. É muito duro ouvir alguns dizendo que não se imaginam dessa forma. Precisamos mudar isso, e sei que é possível”, contou a integrante da equipe do TJPR.
Os contadores voluntários demonstraram interesse especial pelo programa, como Simone Vanni Soares: “é um projeto bastante desafiador, e eu estou apaixonada por ele”, comentou. Ao fim da reunião, os representantes do TJPR e das casas lares agradeceram ao vice-presidente e ao coordenador da comissão pelo suporte, elogiando a iniciativa do CRCPR.
O programa espera atender cerca de 120 jovens e adolescentes, subdivididos em pequenos grupos, por meio de oficinas. A primeira delas está agendada para o dia 12 de setembro, em local a ser definido pelas entidades envolvidas.