Presidente do CRCPR reflete sobre a profissão contábil e analisa perspectivas
CRCPR Online: Presidente, o que significa sua recondução ao cargo de liderança do CRCPR?
Marcos Rigoni - Significa, primeiramente, o reconhecimento da classe contábil do Paraná pelo trabalho que o CRCPR vem desenvolvendo sob minha coordenação. Mostra que eu, minha equipe de conselheiros e funcionários temos correspondido aos anseios dos colegas de profissão. Nossa responsabilidade será ainda maior agora, pois o segundo mandato representa o encerramento de uma grande jornada. Pesquisas de satisfação nos deram mais de 80% de aprovação na gestão 2016/2017. O fato de termos Chapa Única para as eleições que renovaram 2/3 do nosso plenário é outro indicador importante, e a nossa recondução à presidência confirma tudo isso. Estou muito feliz e motivado para os próximos desafios.
Online: Quais as perspectivas para a sua segunda gestão?
MR - Dar continuidade ao belo trabalho realizado nos primeiros dois anos, priorizando a educação continuada, a fiscalização orientativa e direta nas empresas, bem como aumentar a nossa representatividade junto aos órgãos governamentais e entidades empresariais. Também será muito importante levarmos aos estudantes e profissionais da contabilidade o entendimento das funções das nossas entidades. Instituições como o CRCPR são engessadas pela legislação que as rege. Mas isso nunca foi empecilho para a ousadia, inovação, presteza e excelência do trabalho que se realiza aqui. Temos uma equipe experiente, comprometida e vencedora. Vamos fazer uma gestão de sucesso, sem dúvida alguma. Tenho total confiança no meu Conselho Diretor e em todos os conselheiros efetivos e suplentes. São profissionais de destaque em suas áreas, vindos das mais diversas regiões do estado, ajudando-nos a formar um time de primeira grandeza.
Online: Então quer dizer que virão novidades por aí?
MR - Antigamente, o profissional da contabilidade não necessitava tanto de reciclagem profissional porque pouca coisa mudava na profissão e no seu dia a dia. Os conhecimentos adquiridos nos bancos escolares serviam para toda a vida, sem grande necessidade de atualizações. Hoje a história é totalmente diferente. O colega que ficar um mês “desligado” do mundo, volta fora de sintonia. Talvez nossa profissão seja a que mais necessita de atualização diária. O CRCPR não é insensível a isso. Nosso projeto para os próximos dois anos no Desenvolvimento Profissional, que estará sob a coordenação do vice-presidente Roberto Aparecido Santos, é otimizar as ferramentas tecnológicas disponíveis e assim conferir ao nosso “portfolio” de treinamentos a excelência da marca CRCPR em todos os 399 municípios do Paraná. Teremos a realização também de vários fóruns especiais voltados aos principais segmentos da contabilidade, como a área pública, ensino, cooperativista, terceiro setor, auditoria, perícia, etc.
Online: Quais os projetos para a área de fiscalização do CRCPR?
MR - Ela será coordenada pela vice-presidente Elizangela de Paula Kuhn. Não podemos esquecer que a fiscalização é o carro-chefe dos conselhos de profissões regulamentadas. Essa função é primordial para nós e nos permite separar o joio do trigo. Precisamos proteger a sociedade dos maus profissionais e a fiscalização do CRCPR é exemplar. Nos últimos anos, por determinação do CFC, foi dada prioridade à fiscalização eletrônica que, apesar de ser um avanço tecnológico, trouxe como “efeito colateral”, um certo afastamento físico do profissional com o CRCPR. Vamos corrigir isso mesclando os trabalhos com fiscalização eletrônica também voltando com a modalidade presencial, buscando visitar também as empresas de grande porte, câmaras municipais e demais órgãos públicos, etc.
Online: E quanto às demais vice-presidências?
MR - As Relações Sociais, a cargo de Narciso Doro Junior, devem intensificar os trabalhos de relacionamento do CRCPR e, por consequência, do profissional contábil com os segmentos representativos de toda a sociedade. Isso é de extrema importância para todos nós. O contabilista tem que se fazer ouvir em todas as áreas, deve estar presente em todas as decisões, opinando e influenciando.
Para a vice-presidência de Registro, sob os cuidados de Claudemir Matiusso, entendemos que ela precisa valorizar mais o ato da entrada dos novos profissionais contábeis. Precisamos ter uma atenção especial com o exame de suficiência, que é um verdadeiro filtro e nos permite dizer quem está ou não apto a ingressar no mercado de trabalho. Além disso, é necessário valorizar aqueles que alcançam a condição para obter o registro junto ao CRCPR; e, é claro, não permitiremos empresas contábeis ou profissionais trabalhando sem registro no CRCPR.
O Controle Interno, cujo vice-presidente é Paulo de Tarso Vieira Lopes, tem um papel fundamental em nossa gestão e nos dá a tranquilidade de executarmos nossos projetos com o carimbo da legalidade. Prestamos contas diretas ao Tribunal de Contas da União e ao Conselho Federal de Contabilidade. Temos que dar exemplo de retidão e correção no trato de recursos públicos, e o Controle Interno do CRCPR é o responsável por tudo isso.
O Desenvolvimento Regional, representado por Aguinaldo Mocelin, trata das delegacias do CRCPR em todo o estado, que correspondem a 50 unidades e seus respectivos representantes. Nossos delegados são verdadeiros exemplos de dedicação ao CRCPR, e a eles externamos o nosso eterno reconhecimento. Teremos neste início de ano, por força de legislação, a troca de 23 delegados regionais. Estamos buscando a melhor forma de fazer isso sem comprometer o bom funcionamento do CRCPR no interior do estado e ao mesmo tempo promover a renovação tão necessária, trazendo novos colegas para laborar conosco. Será um desafio e tanto.
Já a vice-presidência de Administração e Finanças, liderada por Laudelino Jochem, é um porto seguro para todo e qualquer presidente. É ela que dá toda atenção ao funcionamento interno da casa, envolvendo seus funcionários, finanças, burocracia interna e externa e, além de tudo isso, acompanha os trabalhos da presidência bem de perto, prestando todo apoio e ajuda possível para uma boa gestão.
Online: Qual a avaliação que o senhor faz do atual grupo de conselheiros?
MR - O grupo político que conduz o CRCPR optou por uma representação de todas as regiões do estado em seu plenário. São 60% dos conselheiros do interior e 40% da capital e região metropolitana. Contadores e técnicos em contabilidade, especialistas nos vários segmentos da nossa profissão, fazem parte dessa verdadeira seleção de craques. Com eles tenho a certeza de que encerraremos a nossa gestão com êxito.
Online: O Conselho Federal de Contabilidade vem promovendo muitas alterações no cotidiano do profissional da contabilidade. Qual a sua opinião sobre isso?
MR - O CFC na verdade vem buscando, como órgão máximo da contabilidade no Brasil, promover a valorização do contabilista e a sua adequação aos novos tempos. Temos dito ao longo dos anos que o perfil da nossa profissão mudou e está mudando cada vez mais. Esqueçam o contabilista preocupado só com registros contábeis e cumprimento das obrigações. Nossa realidade é outra. Hoje, as máquinas e os softwares fazem a parte operacional sob nossa supervisão, mas a nós é reservado um papel todo especial de intelectualidade, de consultoria, enfim, de maximização da ciência contábil, que sempre foi o desejo da classe.
Online: Como o senhor avalia o Paraná no cenário nacional, junto ao CFC?
MR - O nosso estado tem tradição de bom trabalho e exemplo dentro do Sistema CFC/CRCs. Mas esse fato tem que ser consolidado com cargos de destaque no Conselho Federal de Contabilidade. São exemplos de reconhecimento nacional naquela casa os nomes de Antônio Carlos Dóro, Luiz Carlos de Souza, João Eloi Olenike e Nelson Zafra, só para lembrar dos nossos mais recentes representantes. Agora, com as mudanças nos principais cargos do CFC, através desta presidência, fizemos um ótimo trabalho de bastidores alicerçado pela nossa história de colaboração, a ponto de manter uma vice-presidência naquela casa. O Paraná está mais uma vez se credenciando para, no futuro próximo, ter seu representante no cargo máximo do CFC.
Online: Como isso impacta o dia a dia do profissional da contabilidade?
MR - O profissional da contabilidade tem que entender que faz parte de uma classe que busca, incessantemente, valorização e destaque. E para isso ele deve estar irmanado e antenado com as entidades que tratam da sua profissão. Por exemplo, o Paraná assumiu no CFC a vice-presidência de Desenvolvimento Profissional por meio da nossa ex-presidente, a contadora Lucélia Lecheta. Ela é proprietária de escritório de contabilidade como a maioria de nós e saberá muito bem nos representar com sucesso naquela casa. Não foi fácil garantirmos uma vice-presidência no CFC. São 27 estados da federação, todos com excelentes representantes. Fizemos um trabalho de argumentação técnica e convencimento político, e garantimos esse cargo de relevo.
Online: Qual sua mensagem para a classe contábil paranaense?
MR - Que busquem sempre o conhecimento e a inovação a fim de entender os novos tempos de nossa profissão. Que tenham as entidades contábeis como parceiras e as valorizem. Nosso sistema sindical precisa do apoio da nossa classe para continuar com seu trabalho. O CRCPR estará dentro de suas atribuições legais realizando sua função com brilhantismo. Juntos estaremos escrevendo uma história de sucesso. Bom 2018 a todos!