Presidente do CRCPR defende, em Paranavaí, mais participação dos contabilistas na vida social e política
Esse foi um dos pontos defendidos pelo presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná Paulo César Caetano de Souza, durante encontro com profissionais do Extremo-Noroeste paranaense, dia 16 de maio, em Paranavaí, dentro do Projeto ?Fale com o Presidente em sua Cidade?. Desde que assumiu o CRCPR, Paulo Caetano incentiva os profissionais a participar mais da vida da comunidade, lembrando sempre que toda a classe se valoriza com isso. Ele citou Paranavaí como um exemplo, onde vários profissionais se destacam. Além de secretários e ex-secretários municipais, atualmente há um vereador contabilista, Antônio Carlos Utrilla.
Garantia para o exercício da profissão
O presidente do CRCPR defendeu garantias legais para o exercício profissional, dizendo que há falta de respeito com colegas contabilistas cujos escritórios são invadidos a qualquer hora, suas mesas, papéis e documentos revirados, sem cumprimento sequer da lei comum. Há uma tendência de culpar o contabilista, mesmo antes da apuração dos fatos, por crimes financeiros, fraudes em empresas e coisas do gênero. Para entrar em um escritório de advocacia, a polícia é obrigada a comunicar a ação à OAB e estar acompanhada de um representante da ordem. Queremos um dispositivo similar em nossa lei de regência profissional.
Para se precaver de futuros problemas ? aconselha o presidente -, os contabilistas precisam fazer um contrato de prestação de serviços com seus clientes, especificando claramente todos os aspectos da relação. Diante de qualquer indício de ilícito, o profissional deve chamar a atenção do cliente e, em caso de recusa de correção, entregar-lhe toda a documentação produzida e registrar o fato por escrito.
Concorrência profissional
Segundo Paulo Caetano, o número de contabilistas aumentou nos últimos anos, mas não há profissionais em excesso no mercado, até porque muitos se formam e não ficam na área. ?Não conheço contabi-lista que esteja desempregado?, afirma. Sobre a concorrência profissional, disse que honorários baixos não são proibidos, mas quando muito baixos podem comprometer a qualidade do serviço. ?Não dá para ter 100, 200 ou 300 clientes?, afirma. É preferível ter menos clientes, mas manter um padrão de serviço, impondo honorários dentro de uma planilha que possibilite cobertura dos custos e remuneração. Eficiência é critério de competitividade, argumenta. O diferencial do contabilista hoje é a atenção que ele dispensa aos clientes, não se limitando a fazer a burocracia exigida pelo fisco mas oferecendo assessoria, apontando caminhos diante dos desafios da gestão.
Ele alertou que o fisco está mais exigente e cada vez mais informatizado. Exemplo é a nota fiscal eletrônica. Num prazo curto, até notificações serão em tempo real, pela internet, com o contador tendo que se adaptar para dar conta das novas necessidades dos seus clientes. No processo, acredita, haverá fusões e escritórios podem até fechar.
Outra questão comentada pelo presidente do CRCPR foi a carga tributária suportada pelos contribuintes brasileiros, pesando de forma absurda até sobre salários. Por esse, entre outros motivos, a necessidade de ampla reforma tributária.
Presentes
Participaram também do encontro, no auditório da Associação Comercial e Industrial de Paranavaí, a vice-presidente do CRCPR Lucélia Lecheta; o diretor superintendente Gerson Luiz Borges de Ma-cedo; o vice-presidente de Desenvolvimento Regional, Mauro Luiz Moreschi; o macrodelegado do CRCPR, Pedro Baraldi, e o delegado Wilson Peixoto de Almeida; além de muitos contabilistas e várias lideranças da classe, entre elas o conselheiro do CRC, Rafael Benjamin Cargnin Filho. Rafael informou sobre o projeto de construção do escritório do Conselho na cidade, obra que deve começar em 2012. O presidente do Sindicato dos Contabilistas de Paranavaí e região, Osvaldo dos Santos, sublinhou o já referido engajamento e também a harmonia dos profissionais locais, e o prefeito Rogério Lorenzetti elogiou o papel dos contabilistas, frisando que o contador tem importância estratégica não apenas nos atos contábeis, mas, sobretudo, na questão gerencial. Ele concordou sobre a necessidade de valorização da categoria como forma de manter os talentos trabalhando em prol dos interesses sociais.