Whatsapp Logo Quadrado Whatsapp Logo Quadrado

Notícias

Paranaenses vão se mobilizar, no próximo dia 8, pelo Paraná que Queremos.

Acompanhando com indignação os desmandos na Assembleia Legislativa do Paraná, a população paranaense prepara-se para uma manifestação cívica sem precedentes ?que esperamos seja um recado para todos os gestores públicos?, segundo o presidente do CRCPR Paulo Caetano: uma mobilização, no próximo dia 8 de junho, organizada pelo movimento O Paraná que Queremos, iniciado pela Ordem dos Advogados do Brasil- seção Paraná, contando com a adesão do CRCPR e milhares de entidades, empresas e pessoas em todo o Estado.

O objetivo é dizer não à corrupção e exigir transparência na Assembleia Legislativa do Paraná bem como em todos os órgãos públicos. A manifestação, que em Curitiba vai se concentrar no calçadão da Boca Maldita, a partir das 18h, está programada também para as cidades de Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel, Foz do Iguaçu, Pato Branco, Campo Mourão, entre outras.

Ontem, 1º de junho, o presidente do CRCPR, Paulo Caetano, enviou a seguinte mensagem aos contabilistas: ?Agende este compromisso cívico: No próximo dia 8, terça-feira, vamos erguer nossas vozes e dizer aos nossos representantes políticos e gestores públicos como é O Paraná que Queremos, um estado onde impere a democracia, a ética, a dignidade, o respeito e a transparência nos órgãos públicos. Vamos extravasar a nossa indignação, dizer não à corrupção. Vamos mostrar a nossa força!?.

Outras entidades estão igualmente fazendo convocações. ?Nosso papel é de fazer essa intermediação. De dar o caminho para que as pessoas se mobilizem?, diz Avani Slomp Rodrigues, presidente da Associação Comercial do Paraná. ?É um desdobramento natural e importante dessa campanha que está sensibilizando um número crescente de pessoas?, afirma o presidente da Fiep, Rodrigo Rocha Loures. A Força Sindical, que nesta semana se tornou signatária do manifesto, diz que não só vai mobilizar os sindicatos ligados a ela como também vai montar painéis nas principais cidades do interior para mostrar quais os deputados que votam a favor das mudanças consideradas mais importantes para dar transparência à política estadual. ?Vamos ligar para os 54 deputados estaduais e ver quais são contra e quais são a favor dessas propostas. Teremos uma terceira coluna para os que estão em cima do muro?, revela Nelson Silva de Souza, diretor da central. Em Curitiba, quem promete montar um painel com a posição dos deputados é a União Geral dos Trabalhadores. ?Estamos apoiando a campanha e acreditamos que é preciso obter mudanças profundas?, informa o presidente da CUT no Paraná, Roni Anderson Barbosa.

O Paraná que Queremos

O movimento O Paraná que Queremos nasceu em Curitiba, depois de uma reunião na OAB-PR, semanas atrás, para avaliar a postura das entidades de classe em relação ao escândalo desvendado pela série de reportagens Diários Secretos divulgada pelo jornal Gazeta do Povo e Rede Paranaense de Televisão. Para aderir, seja como entidade ou pessoa física, basta acessar o site www.novoparana.com.br A relação de nomes, que aumenta diariamente, passando já de seis mil, vem sendo publicada diariamente no jornal Gazeta do Povo.

Essa semana, o movimento ganhou força nacional, com o apoio de todas as seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). ?O Paraná está dando um brado que vai ecoar por todo o país?, disse o presidente nacional da Ordem, Ophir Cavalcante, depois de apresentar uma moção de apoio aos paranaenses. Para o presidente da OAB-PR, José Lúcio Glomb, ?o Paraná está dando o exemplo de que o Brasil não pode mais continuar convivendo com atos de imoralidade na política?.

Diários secretos

A série de reportagens ?Diários Secretos? revela que, nos últimos anos, a Assembleia Legislativa do Paraná pagou salários a funcionários fantasmas e laranjas em montantes que podem passar de R$ 60 milhões. Os beneficiados faziam parte de uma rede montada por alguns diretores, entre os quais o diretor-geral, preso, Abib Miguel. As reportagens ainda mostram que esses atos, que deviam ser do conhecimento do presidente da Casa, Nelson Justus, e do secretário, Alexandre Curi, foram publicados em diários oficiais avulsos, sem numeração, dificultando o controle público.

As denúncias, sob investigação do Ministério Público, mostram evidências de pelo menos cinco crimes: peculato (desvio de dinheiro público), falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, improbidade administrativa e sonegação fiscal.