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Notícias

O isolamento social exigido para o enfrentamento do novo coronavírus trouxe mudanças e adaptações para a vida pessoal e profissional. A educação a distância passou a ser a única opção viável durante a pandemia de Covid-19.  Na terça-feira (29/9), reunindo mais de 2 mil inscritos, teve início o XII Encontro Nacional de Coordenadores e Professores do Curso de Ciências Contábeis (XII ENCPCCC), realizado pela primeira vez na modalidade on-line, para debater o tema “A evolução do pensamento contábil superando adversidades”, uma realização do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), em parceria com a Academia Brasileira de Ciências Contábeis (Abracicon). O evento contou com o apoio do Sistema CFC/CRCs e Academias Regionais de Ciências Contábeis. 

A abertura do evento contou com a presença do presidente do CFC, Zulmir Ivânio Breda; da presidente da Associação Interamericana de Contabilidade (AIC), presidente da Academia Brasileira de Ciências Contábeis e Coordenadora da Comissão de Ensino do CFC, Maria Clara Cavalcante Bugarim; do presidente da Fundação Brasileira de Contabilidade (FBC), Adeildo Osório de Oliveira; do vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do CFC, Aécio Prado Dantas Júnior; e do diretor-presidente da Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis (Anpcont), José Eliseu Feres de Almeida.

“Nesses 75 anos de história, nós tivemos mudanças significativas no ensino da Ciência Contábil, o que faz com que o curso seja o 4º mais procurado entre universidades presenciais e a distância”, lembrou o presidente o CFC, Zulmir Breda. “Chegamos à 12º edição cumprindo nossa missão, que é a de evolução do pensamento contábil, aperfeiçoar os métodos de ensino e promover a pesquisa em Ciências Contábeis, usando, inclusive, as ferramentas tecnológicas disponíveis”, ressaltou Breda.

A presidente da Abracicon, Maria Clara Bugarim, lembrou que “o objetivo desse encontro, desde 2006, é mobilizar e congregar legítimas entidades representativas da classe contábil e o corpo acadêmico das instituições de ensino superior em busca de um melhor ensino e de um maior aprimoramento profissional”.  

Para o diretor-presidente da Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis (Anpcont), José Elias Feres de Almeida, é em oportunidades como o encontro de coordenadores, congressos, cursos de extensão e capacitação, que os profissionais e docentes se atualizam e entram em contato com o que está surgindo de novo nos campos da teoria e da prática. Segundo ele, as gerações estão mudando e é preciso aperfeiçoamento e adaptação à nova realidade, para que tenhamos um ambiente mais transparente e mão de obra estratégica e qualificada. “Na minha visão, com mais de 15 anos envolvidos com a academia e a pesquisa científica e sempre buscando ter contato e aproximação com a prática do mercado e em contato com profissionais e empresários, percebo que uma profissão se desenvolve e aumenta seu status na sociedade na medida em que seu arcabouço científico se expande (fronteira do conhecimento) e se aprofunda (capacidade da teoria explicar a prática) ao mesmo tempo”, ressaltou.

Transformação Digital

O primeiro painel do XII Encontro Nacional de Coordenadores e Professores do Curso de Ciências Contábeis (ENCPCCC), realizado na terça-feira (29/9), discutiu o processo atual de transformação digital no ensino superior, com análise do desafio que isso representa para os professores, alunos e para as Instituições de Ensino Superior (IES). Além disso, o grupo de docentes convidado para abordar o tema apresentou os resultados de uma pesquisa sobre a fase atual da mudança digital, no meio acadêmico, diante da pandemia de Covid-19. 

O moderador do painel foi o conselheiro do CFC e coordenador-adjunto da Comissão de Educação Profissional Continuada do CFC, Elias Dib Caddah Neto, apresentou os painelistas e explicou que o tema do painel seria contextualizado pelos professores com base nos resultados obtidos na pesquisa, que foi lançada conjuntamente com a divulgação do XII ENCPCCC, visando recolher dados para se avaliar fatos, percepções e expectativas da comunidade contábil quanto ao processo de transformação digital sob a influência da pandemia.

Os painelistas foram os professores Edgard Bruno Cornacchione Júnior, presidente do Conselho do Núcleo Technology & Business Edge da Universidade de São Paulo (USP); Cacilda Andrade, coordenadora do curso de Ciências Contábeis na modalidade a distância (EaD) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); e Eduardo Mendes Nascimento, pesquisador e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O trabalho de pesquisa realizado pelo grupo também contou com auxílio de Marcelo Cunha de Souza, pesquisador e professor da Fipecafi.

Impacto do Ensino a Distância no Pós-Pandemia

As medidas de combate e prevenção ao novo coronavírus levaram à suspensão de aulas presenciais em todo o Brasil. Com o fechamento das portas das instituições de ensino superior, a Educação a Distância (EaD) surgiu como alternativa para garantir a aprendizagem dos estudantes. O impacto disso no mundo pós-pandemia foi discutido em um painel da 12ª edição do Encontro Nacional de Coordenadores e Professores do Curso de Ciências Contábeis (ENCPCCC). O evento é uma realização do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e da Academia Brasileira de Ciências Contábeis (Abracicon).

A mediação deste painel ficou a cargo do contador e vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do CFC, Aécio Prado Dantas Júnior. Ele afirmou que o uso da tecnologia transformou a relação entre aluno e professor. “Desde o início dessas mudanças, em meados de março, o espírito colaborativo existiu e nós vemos que ele permanece até hoje. Como exemplo, temos alguns alunos que passaram a auxiliar os professores para que o resultado alcançado fosse o melhor possível”, pontuou. Participaram desse painel o contador Antoninho Marmo Trevisan, presidente do Conselho de Administração da Trevisan Escola de Negócios; o contador José Carlos Fortes, fundador e chairman da Fortes Tecnologia; a profa. dra. Maria Ivanice Vendruscolo, professora adjunta no Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da UFRGS; e Renata Bianchi, diretora acadêmica e regulatória da Trevisan Escola de Negócios. 

Clique aqui para assistir aos painéis do dia 29.

Efeitos e desafios na avaliação educacional da pandemia de Covid-19

A programação do dia 30/9 começou, às 15h, com o painel sobre os desafios globais que alunos e docentes enfrentam nas metodologias de avaliação do ensino, durante a pandemia do novo coronavírus, que contou com a participação de contadores da Associação Interamericana de Contabilidade (AIC) e da Federação Internacional de Contadores (IFAC, na sigla em inglês).

Embora a crise seja sanitária, os impactos da Covid-19 alcançam todos os setores, inclusive o de ensino. Segundo o presidente da Comissão de Educação da AIC, Mário Diáz, só na América Latina, 23,4 milhões de estudantes — 98% do total — foram diretamente impactados, além de 15 mil instituições de ensino superior e 1,4 milhão de docentes.

As transições do modelo presencial para o virtual trazem vantagens e desvantagens. Díaz explica, por exemplo, que “o ensino a distância possui custo elevado, traz maior dificuldade em avaliar as habilidades de alto nível e exige treinamento para professores e grande organização de todas as partes envolvidas na avaliação. No entanto, as vantagens são refletidas na economia do tempo, na redução dos recursos necessários para aprendizagem, numa maior facilidade do uso de dados e no conforto, uma vez que os participantes podem estar em casa realizando suas tarefas”.

Para o professor e representante do CFC na IFAC, Fábio Moraes, dos novos desafios também surgem as novas oportunidades. Ele explica que as carreiras precisam se adaptar, levando em consideração as novas tendências mundiais. “A evolução do aprendizado é contínua e as transformações das habilidades também. É nesse cenário que acredito que estamos há alguns anos, mas que a pandemia acelerou. Antes dela, nós já tínhamos um debate amplo sobre como a 4ª Revolução Industrial afetaria os modelos de negócios, as empresas, a educação e a própria profissão. Mas, agora, ela vem sendo aprofundada cada vez mais”, explica.

Leia a cobertura completa deste painel clicando aqui.

Metodologias ativas para práticas pedagógicas

O segundo painel do dia 30 abordou “Metodologias ativas de ensino-aprendizagem para professores e profissionais da contabilidade”. Esse modelo de ensino busca incentivar o aprendizado autônomo e participativo por meio do protagonismo do estudante.

O debate contou com a participação da Profª. Drª. Silvia Pereira de Casa Nova, da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA/USP), do Prof. Dr. Gilberto José Miranda, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), da Profª. Drª. Edvalda Araújo Leal, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e do Prof. Dr. Daniel Ramos Nogueira, da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

A presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRCRS), Ana Tércia Lopes Rodrigues, mediou o debate e falou sobre a capacidade de adaptação do profissional da contabilidade. “Nós, que somos educadores e acreditamos na ciência contábil como área de ensino e de pesquisa, sabemos que nossa área sempre está apta à mudança e à reinvenção. Temos o poder de nos reinventar e é isso que estamos fazendo aqui”.

Ao longo da transmissão ao vivo, o grupo de docentes, que estuda a temática há anos, apresentou 25 metodologias ativas divididas em cinco áreas: arte, dinâmicas, problematização, práticas e exposição. Além do compartilhamento de experiências de sucesso, foram exibidos recursos tecnológicos e material didático para auxiliar no planejamento das práticas pedagógicas. O Prof. Dr. Gilberto José Miranda alertou que “tanto o professor quanto o aluno trabalham mais. No entanto, o aprendizado também é maior e isso é o que importa.”

Para assistir ao painel “Metodologias ativas de ensino-aprendizagem para professores e profissionais da contabilidade”, clique aqui.

Exame de Suficiência do CFC Digital

O Exame de Suficiência do CFC Digital foi o tema da palestra de fechamento do XII Encontro Nacional de Coordenadores e Professores do Curso de Ciências Contábeis (ENCPCCC). O tema foi apresentado pelo presidente do CFC, Zulmir Breda, com moderação da vice-presidente de Registro, Lucelia Lecheta, que abriu a palestra explicando o contexto que levou o CFC a modificar o formato da prova da modalidade “presencial” para o modelo “on-line”. “O Exame de Suficiência tinha a primeira edição marcada, de forma presencial, para o dia 19 de abril. Logo no começo da pandemia, em março, tivemos que suspender a prova, em um primeiro momento, para mais avaliações e, em seguida, iniciamos uma série de tratativas para encontrar uma forma de realizar esse evento. Então, foram inúmeras reuniões. Não foi uma decisão fácil”, afirmou.  

Breda falou sobre como a decisão pela avaliação a distância foi tomada. “Tínhamos duas escolhas a fazer, que eram, simplesmente, adiar o exame para quando a pandemia passasse e desse condições, novamente, de que a prova fosse feita de maneira presencial, ou buscar uma alternativa para fazer o exame de forma virtual. Conversei muito com a Lucelia sobre isso e com os nossos grupos de trabalho que lidam com a questão do Exame de Suficiência, para avaliarmos as consequências que teríamos de não realizá-lo, e de realizá-lo de uma forma virtual, que permitisse, então, aos aprovados, obterem o seu registro e poderem trabalhar. E todo mundo quer, nesse momento de pandemia, efetivamente, poder trabalhar, tendo as condições legais para exercer a profissão. Daí resultou a nossa decisão de fazermos o exame de forma on-line”, esclareceu.

Há uma década, o CFC realiza duas edições da prova por ano. A obrigatoriedade de aprovação no exame como um dos requisitos para a obtenção de registro profissional em Conselho Regional de Contabilidade (CRC) está prevista na Lei n.º 12.249, de 11 de junho de 2020. Já o Art. 1 º da Resolução CFC n.º 1486/2015 define o Exame de Suficiência como “a prova de equalização destinada a comprovar a obtenção de conhecimentos médios, consoante os conteúdos programáticos desenvolvidos no curso de bacharelado em Ciências Contábeis”.

Breda apresentou os dados estatísticos da primeira edição, que contou com quase 40 mil inscritos e um índice de aprovação de 38,19%, na média nacional. A prova foi aplicada no dia 16 de agosto, e as porcentagens regionais de aprovação seguiram características próximas a daquelas verificadas nas provas dos últimos anos, informou. Para ele, os dados estatísticos apresentados podem servir para análises mais aprofundadas e para a compreensão do ensino de Ciências Contábeis no País. “Parece-nos importante a divulgação desses dados, porque, talvez, eles possam ser motivo de estudo de alguma pesquisa sobre quais são as razões de alguns estados estarem tendo um desempenho melhor dos candidatos e a relação que isso tem com o ensino e com as metodologias que são utilizadas em cada um desses locais, já que a prova aplicada em todo o Brasil é absolutamente a mesma”, sugere.

Para ler a notícia completa e assistir a palestra clique aqui.

Segunda edição de 2020 do Exame de Suficiência

Ainda durante o encontro, Breda lembrou que as inscrições para a segunda edição da prova estão abertas. O presidente do CFC informou que, em apenas uma semana, o Conselho recebeu mais de 50 mil inscrições para esse certame e ressaltou que os números podem ser ainda maiores.

A prova acontecerá no dia 8 de novembro de 2020, das 9h30 às 14h, na modalidade on-line. As inscrições vão até as 16h, do dia 22 de outubro de 2020. Em todos os eventos relacionados ao exame, os candidatos devem seguir o horário oficial de Brasília. Para efetuar a inscrição, clique aqui.

Para assistir à palestra do presidente do CFC, Zulmir Breda, clique aqui.

Com informações do CFC

Reprodução permitida, desde que citada a fonte.