Estão confirmadas a presença dos vice-presidentes de Administração e Finanças do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná (CRCPR), Jefferson Paulo Martins, e de Desenvolvimento Profissional, Laudelino Jochem, e de convidados como o advogado Helder Eduardo Vicentini, a psicóloga Gabriela Comper e o coordenador do Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro (CRCRJ), Carlos Chelfo.
CRCPR Online: Como o profissional contábil pode se posicionar para que a IA potencialize o papel da profissão?
Carlos Chelfo (CC): O contador do futuro, ou já do presente, não teme a Inteligência Artificial, ele a domina. A IA é uma extensão da mente analítica, capaz de processar volumes massivos de dados e revelar padrões invisíveis, os quais poderiam passar desapercebíeis para o contador. O diferencial está em quem interpreta esses padrões com visão estratégica e senso crítico. Ao adotar a IA como ferramenta de gestão e performance, o contador expande seu papel para o estrategista da informação, em consonância com as Normas Brasileiras de Contabilidade¹. Automatizar² o operacional é libertar energia para o que importa: análise, estratégia e aconselhamento. Ou seja, “a máquina calcula, eu analiso e concluo”. A autoridade vem do discernimento, da ética e da inteligência aplicada aos resultados. A IA é assistente, mas quem assina ao final é o contador.
CRCPR Online: De que forma podemos humanizar o uso da IA garantindo que suas análises contábeis sejam estratégicas e não apenas automatizadas?
CC: Humanizar a IA é manter o contador como o filtro ético e contextual das decisões. A tecnologia processa, mas não compreende contexto, intenções ou nuances — a singularidade humana. A tecnologia entrega dados, nós damos propósito. Cada visão deve ser traduzida em valor para o negócio e em impacto para as pessoas. É preciso associar técnica à empatia contábil, cruzando dados com propósito. Ao interpretar resultados com sensibilidade e visão de negócio, o contador garante que as análises sejam guias de ação e não relatórios frios. Humanizar é transformar ideais sintéticos e automatizados — sempre com a ação humana presente no processo — em conhecimento aplicável, decisões conscientes e impacto positivo. É equilibrar a precisão algorítmica com a sabedoria humana, mantendo o contador como o coração inteligente da análise contábil avançada. A fórmula de ouro é: máquinas + humanos = potência máxima³.
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Data: 12/11
Horário: 9h às 16h30
Local: auditório do Sicredi - Rua Almirante Barroso, 1302, Centro, Foz do Iguaçu
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Notas de rodapé:
[1] NBC TG – Estrutura Conceitual: item 1 - O objetivo do relatório financeiro para fins gerais1 é fornecer informações financeiras sobre a entidade que reporta que sejam úteis para investidores, credores por empréstimos e outros credores, existentes e potenciais, na tomada de decisões referente à oferta de recursos à entidade.
[2] Automatizar: uso de tecnologia para executar tarefas com mínima intervenção humana, por regras/algoritmos e, quando há, laços de feedback. Automático (comportamento): ação que ocorre por si no momento do gatilho, nativa do sistema ou configuração, sem orquestração externa.
[3] Em analogia a dados sintéticos que são informações artificiais geradas por algoritmos, e não coletadas diretamente do mundo real. Eles são criados para simular padrões estatísticos e comportamentais de dados verdadeiros, preservando sua estrutura, mas sem expor informações sensíveis ou pessoais. Na prática, são amplamente usados em treinamento de modelos de IA, testes de sistemas contábeis, auditorias e simulações financeiras, quando há restrição de acesso aos dados reais. Por exemplo, pode-se gerar um conjunto sintético de demonstrações contábeis para testar um algoritmo de detecção de fraudes sem usar dados confidenciais de empresas. A vantagem está em garantir privacidade, escalabilidade e segurança, mantendo a representatividade estatística. Contudo, é preciso rigor metodológico: se mal gerados, os dados sintéticos podem introduzir viés ou distorções.
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