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Para aprimorar a transparência da informação e garantir coerência nos dados disponibilizados ao governo e à sociedade, o Conselho Regional de Contabilidade do Paraná (CRCPR) e o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) preparam-se para lançar o primeiro relato integrado do Sistema CFC/CRCs. A medida segue orientações do Tribunal de Contas da União e o Relatório Integrado de 2018 deve ser enviado para o TCU em maio.

Gestores do CRCPR reunem-se para discutir o desenvolvimento do primeiro relato integradoNo dia 16 de janeiro, o vice-presidente de Administração e Finanças do CRCPR Laudelino Jochem, o diretor superintendente Gerson Borges de Macedo, o diretor operacional Hugo Catossi e os gerentes das Divisões do CRCPR reuniram-se para discutir o assunto. "O novo formato foca não só na prestação de contas, como também na gestão integrada e na comunicação à sociedade. O relatório ficou muito mais visual, atrativo e interessante. É conciso e aborda estratégia, governança, desempenho e perspectivas da organização", comentou Laudelino Jochem.  

Funcionários do CRCPR e dos demais Conselhos Regionais de Contabilidade reuniram-se em Brasília para treinamento sobre o tema

Entre os dias 8 e 10 de janeiro, funcionários do CRCPR participaram também, na sede do CFC, em Brasília, do Seminário do Relatório de Gestão no formato do Relatório Integrado do Sistema CFC/CRCs. Palestras, oficinas e debates foram realizados para o alinhamento do trabalho que será realizado em conjunto. 

 “Buscamos a uniformização dos dados para melhorar a qualidade da informação e reforçamos a importância do cumprimento das exigências do TCU, não só para a prestação de contas de suas atividades, mas para a correta aplicação das ações de governança e de esclarecimentos à sociedade sobre a nossa atuação em prol do desenvolvimento sustentável do país", explicou o presidente do CFC, Zulmir Breda.

Presidente Zulmir Breda fala sobre a importância do relato integrado


Um dos principais momentos do evento foi a palestra da contadora Vânia Borgerth. Superintendente da área de Controladoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ela integra a aliança internacional International Integrated Reporting Council (IIRC) e, também, é coordenadora da Comissão Brasileira de Acompanhamento do Relato Integrado (CBARI). Borgerth trouxe o histórico sobre os relatórios corporativos e como surgiu a necessidade do relato integrado no Brasil. Ela também explicou a importância do papel do profissional de contabilidade nesse trabalho, principalmente no momento de transição que vivemos. “Nós, contadores, podemos contribuir muito para esse processo, já que temos consciência sobre a nossa competência para a elaboração de um relatório colaborativo. Reportar com eficiência e ética é o nosso dever”, afirmou. 

No setor público, Vânia Borgerth explicou que o principal objetivo do relatório integrado é que a administração demonstre à sociedade como as estruturas de governança funcionam para mobilizar recursos visando alcançar objetivos. “O setor publico possui uma obrigação muito maior em ser transparente do que o setor privado. Todo cidadão que paga imposto é investidor do seu governo e ele tem o direito de saber o que está acontecendo, já que não existe a opção de parar de pagar ou mudar de fornecedor”, ressaltou.

Contadora Vânia Borgerth aborda histórico sobre relato integrado no BrasilThiago Dutra apresenta modelo proposto pelo TCU

O secretário de Controle Externo da Fazenda Nacional , do Tribunal de Contas da União (TCU), Thiago Dutra,  explicou a proposta do TCU e disse que o maior objetivo é representar resultados que atendam de forma efetiva e útil às demandas da sociedade, ou seja, que criam valor público. 

Ele também lembrou que, de acordo com a Decisão Normativa TCU 170/2018, todos os órgãos e entidades da administração direta e indireta devem preparar e apresentar seus relatórios integrados. “Temos um grande desafio de recuperar a confiança da população brasileira que, hoje, no setor público, é baixíssima. E devemos começar pela prestação de contas que não interessa só ao TCU, mas, principalmente, à sociedade”, completou.