Comissão Especial prossegue com a sabatina dos candidatos ao TCE-PR
Nesta quarta, 10, terceiro dia de sabatinas dos candidatos ao cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR), a Comissão Especial que coordena o processo de escolha entrevistou dois contadores na Sala das Comissões da Assembleia Legislativa (ALEP): o professor Antonio Gonçalves de Oliveira e a empresária Beatriz Soek Pepes Athanásio.
Via de regra, o tempo de apresentação de cada candidato é de seis minutos, prorrogáveis por mais quatro. Oliveira e Beatriz discorreram sobre suas qualificações e experiências profissionais e os motivos pelos quais concorrem à vaga aberta com a aposentadoria de Hermas Brandão, além de responder a questionamentos dos membros da Comissão, presidida pelo deputado Elio Rusch.
Candidato Antonio Gonçalves de Oliveira, durante sabatina nesta quarta, 10.
Candidata Beatriz Soek Pepes Athanásio, durante sabatina nesta quarta, 10.
Em sua explanação, Oliveira procurou enfatizar a importância do TCE-PR para a Administração Pública. Para ele, o órgão deve ser pró-ativo e contribuir para a formação de gestores públicos. Em relação ao processo de escolha do novo conselheiro, tema recorrente durante as sabatinas, ele usou da doutrina jurídica para fundamentar sua opinião sobre o que espera do resultado da eleição: “Que prevaleça a supremacia do interesse público e a sua indisponibilidade”.
Beatriz, por sua vez, expôs de forma veemente seu descontentamento com a possível escolha de um parlamentar para ocupar o posto de conselheiro, como ocorreu em situações anteriores: “Quando o povo elege um deputado, não confere a ele um cargo vitalício. Um costume questionável, acabou virando regra”, comentou.
Na ocasião, Rusch procurou esclarecer que compete à Comissão relatar se os postulantes à vaga estão preparados tecnicamente para assumir o cargo e têm o notório conhecimento exigido para o desempenho de suas funções como conselheiro. Mas a decisão final caberá ao conjunto dos 54 deputados da Casa, por meio do voto secreto. O relator, deputado Wilson Quinteiro, em resposta às críticas da contadora, mencionou alguns casos em que o escolhido não foi um deputado.
Desde o início do processo, o CRCPR tem se posicionado a favor de uma escolha feita por critérios técnicos de avaliação dos candidatos. Em nota divulgada na Gazeta do Povo, na sessão Coluna do Leitor, do dia 2 de julho, a presidente do Conselho, Lucélia Lecheta, defendeu que os conselheiros dos tribunais de contas sejam todos graduados em Ciências Contábeis: “É o único curso que pode capacitar as pessoas a avaliar com competência a contabilidade dos órgãos públicos”, argumentou. Como a função é eminentemente técnica, complementou a presidente, a seleção deveria ser por concurso público: “É verdade que o sistema de escolha atual está definido na Constituição [brasileira], mas os deputados paranaenses poderiam trabalhar para sepultar essa prática abominável da indicação por corporativismo e outras razões escusas”.
Na tarde de terça, 9, a assessoria de comunicação da ALEP informou que as candidatas Adriane Fidelis Leite Aschembrener e Zoraide Piemonte de Oliveira, ambas contadoras, desistiram do pleito.
O período de sabatinas deve encerrar nesta quinta, 11, de acordo com o cronograma divulgado pela ALEP.