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Artigo da contadora Juh Círico, integrante da Comissão de Diversidade e Inclusão Profissional do CRCPR

"O uso da linguagem neutra visibiliza e inclui pessoas trans não-binárias. Portanto, a você, profissional da contabilidade e docente do ensino contábil, é importante aprender sobre este importante tema para poder incluir clientes, equipe interna e estudantes que se identificam como não-binários nos mais diversos ambientes contábeis, tanto nos escritórios de contabilidade, quanto nos cursos de Ciências Contábeis, da graduação ao doutorado. 

Diante do exposto, para conhecimento, é necessário apresentar dois conceitos, em relação às pessoas não-binárias e a linguagem neutra. 

Pessoas não-binárias são pessoas que não se identificam com o binário de gênero (homem x mulher), ou seja, não se identificam nem com o gênero masculino e nem com o gênero feminino. 

Não-binariedade é um termo guarda-chuva, e dentro desta há diversas identidades não-binárias, como por exemplo, gender fluid, agênero, demigirldemiboy, dentre outras. Para conhecimento aprofundado acerca de todas as identidades não-binárias, sugiro consultar o website orientando.org, que há informações didáticas e instrucionais sobre o tema.

Em relação a linguagem neutra, trata-se de uma linguagem trans-inclusiva, em que o uso desta objetiva visibilizar e incluir pessoas não-binárias. 

Na prática, ao invés de se referir a uma pessoa não-binária estudante de Ciências Contábeis como “ele” (pronome masculino) ou “ela” (pronome feminino), utiliza-se o pronome neutro “elu” ou “ile”, por exemplo, a depender dos pronomes que a pessoa utiliza. Mas como saber? A resposta é: perguntando, sempre! Como por exemplo: “Quais pronomes você utiliza?” “Quais são seus pronomes?”. 

Em apresentações, reuniões, aulas, eventos, a forma mais inclusiva e respeitosa de se dirigir ao público é utilizando também a linguagem neutra, assim, pessoas cis, trans (binárias e não-binárias) são incluídas no processo de comunicação. Exemplo: “Bom dia a todas, todes e todos”. “Alunas, alunes e alunos”, “Bem-vindas, bem-vindes e bem-vindos”. 

Finalizo mencionando a Dra. Jana Viscardi, Doutora em Linguística pela Unicamp que, segundo ela, a língua portuguesa está em constante transformação, fato este que, não falamos hoje da mesma forma como falavam há 500 anos atrás. A transformação da língua portuguesa não se trata de uma “destruição da língua”, mas sim, de inclusão e respeito às pessoas diversas. 

Adicionalmente, sugiro acesso ao canal da Dra. Jana Viscardi no YouTube que há muitas informações relevantes sobre como se comunicar de maneira respeitosa e inclusiva. 

Espero ter ajudado,

Grande abraço."

Artigo da contadora Juh Círico - Integrante da Comissão de Diversidade e Inclusão Profissional do CRCPR



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