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Artigo - O ser ético

Por Daniel Dallagnol*

O Ser Ético - uma abordagem voltada à valorização do Ser Humano como fator modificador das estruturas sociais, para melhor.

É conhecido das ciências sociais o princípio de que sociedades boas refletem que os indivíduos que as compõem igualmente são bons.

Quando propomos uma reflexão em torno do Ser Ético não é sob o estreito limite, se é que assim podemos dizer estreito, e sim num sentido amplo no aspecto de Ser, como expressão da criação e no sentido de estado, de estar.

Enquanto este estado de estar se infere condição menor, porque precário, já que pode se modificar, mas aquele outro é quando a criatura dá-se conta do valor representacional não só em ser ético e sim um estado de Ser Integral.

É nesta condição que o homem, espécie e não gênero, passa a perceber-se no grau de relevância quanto agente de transformação. Percebe que já não está exclusivamente no seu raio de ação, mas compreende-se como causa transformadora de outros elementos que estão no seu espectro de influência.

Não se detém exclusivamente nos seus interesses, ainda que importantes, mas vai além deles, porque se acha na condição de multiplicador a partir das suas possibilidades de construção de modelos diferentes.

Este Ser que se dá conta das suas potencialidades, dinamiza forças construtoras capazes de elaborar estruturas novas a partir de sua organização, de seu bairro, da sociedade que convive, de sua cidade.

Esta dinâmica poucas vezes imaginada por muitos é que faz surgir movimentos sociais, estruturas organizacionais, pensamentos e sociedades novos.
Iniciativas por vezes simples, contudo, postas ao lado de homens de ideal robusto, éticos fervorosos e dispostos a mudar o velho em favor de um futuro melhor desejado, provocam revoluções sistêmicas capazes de estabelecer paradigmas surpreendentes.

Não são poucos os registros históricos que contam fatos desta natureza, protagonizados por homens simples, contudo, motivados por vontades verdadeiramente grandes.

Assim, cada ser é capaz de, em certas doses, estabelecer posturas que podem reordenar a própria história.

O Ser Ético tem por obstinação as boas práticas morais, institucionais, sociais, todas elas a partir da sua autodeterminação. Como não há Ser mais ou menos ético, determinar-se a adotar posturas éticas como padrão comportamental fatalmente refletirá no Ser como um todo, constituindo-se na definição do Ser Integral cuja ideia central podemos dizer que é o homem de bem.

Condutas pautadas por padrões éticos estabelece uma linha divisória bem definida entre o bem e o mal, o certo e o errado, entre o bom e o ruim. Pedagogicamente falando não se pode transitar ao mesmo tempo nas duas margens de um rio ou de uma rodovia. Ou se está a direita ou a esquerda do fluxo.

Desta forma, não há como confundir-se, mesmo a pretexto de desculpar-se ou justificar-se por este ou aquele ato mal empreendido. O Ser Ético internalizou não somente as consequências que procura evitar, porque sempre dolorosas nos atos malfadados, e sim premedita o acerto, pelo fato, não de seus efeitos, mas porque entendeu que ele se constitui em espelho social, e desta forma parametrizando pelas suas disposições a sociedade que quer para si com extensão para todos.

Se os momentos são críticos e escassos de exemplos felizes neste campo, é por que ainda não estamos vivamente focados nos resultados que a ética pode trazer às sociedades nascentes.

Daí algumas perguntas que não podemos deixar de fazer. No que o profissional da contabilidade pode contribuir nesta direção? Como ele pode enquadrar-se nesta definição de Ser Ético? No efetivo exercício, como as oportunidades de ser ético se apresentam? Estas e inúmeras outras perguntas poderão ser feitas.

Para todas, absolutamente todas só cabe uma resposta. Ser ético. Não há ética só na profissão, numa ação, num momento definido. Estas questões é estar ético para tal ato ou fato. Ser Ético é um estado interior definido por compreensão deste valor e disposição íntima de exercitá-lo. Esta postura é a que determina as demais como consequência.

* Daniel Dallagnol é servidor público do quadro efetivo do Tribunal de Contas do Estado do Paraná, como Inspetor de Controle Externo. Bacharel em Ciências Contábeis pela FAE-Faculdade de Administração e Economia e pós-graduado em Auditoria e Controladoria, Gestão de Pessoas, e Psicologia das Organizações.