:: Uma família vocacionada: 11 irmãos contabilistas

O casal de agricultores Hermenegildo Dileto e Maria Fae Folador teve 12 filhos e, desses, 11 seguiram a carreira contábil. Tudo começou com o irmão mais velho, Jovino, que foi o pioneiro da família em contabilidade, na década de 60.
Seo Hermenegildo e dona Maria vieram de Erexim, RS, com quatro filhos (Jovino, Juraci, Wilson e Anerdice), na metade do século passado, e se instalaram no interior do município de Cascavel, Oeste do Paraná, onde nasceram Nelçon, Jandira, Ari, Jacir, Darci, Sérgio, Dulce e Cecília. Apenas Juraci seguiu outra profissão. Ela se formou em Pedagogia e leciona para o ensino fundamental e médio em Cascavel. Todos os outros seguiram os passos do precursor, Jovino.
Em 1965, Jovino, formado em Ciências Contábeis, abriu o primeiro escritório de contabilidade da família em Cascavel. O primeiro dos 11 irmãos a vir trabalhar com ele foi Ari, aos oito anos colocado pelos pais em um ônibus, carregando um saco com suas roupas e um bilhete com o endereço de Jovino, na cidade. Ari começou como office-boy no escritório. A partir daí, aos poucos todos os outros seguiram o mesmo caminho. Além de Jovino e Ari, também cursaram o ensino superior em Ciências Contábeis Nelçon, Jandira e Jacir. Os demais fizeram o Técnico em Contabilidade e Economia.
Nelçon recorda que seus pais exigiam que os filhos estudassem, por isso que todos terminaram indo para a cidade e, como na época não tinha muitas oportunidades de trabalho, ficavam com o irmão mais velho e acabavam se interessando pela contabilidade. Nelçon ressalta as virtudes e dificuldades para o exercício da profissão naquele tempo. Como não havia nem máquina de escrever era preciso ter uma boa caligrafia e rapidez, porque os livros e registros eram preenchidos manualmente. Também não tinha máquina de somar. As contas eram feitas de cabeça. O escritório só adquiriu as primeiras máquinas, de datilografia e de contabilidade - sistema ruff - e de somar, em 1970.
Em 1972, os irmãos venderam o escritório de Cascavel e vieram se instalar em Curitiba, inicialmente na Visconde de Guarapuava, esquina com a Marechal Floriano. O primeiro computador foi comprado em 1980. “Era tão caro que o valor pago dava para comprar três carros populares zero”, observa Nelçon.
Aos poucos, a empresa foi crescendo. Em 1985, a organização contábil Follador possuía 55 funcionários, inclusive seo Hermenegildo, que também trabalhava com os filhos. Neste mesmo ano, cada irmão resolveu abrir seu próprio escritório. Nos anos seguintes, em razão da expansão, o escritório-mãe foi gerando rebentos. Atualmente, os irmãos, filhos e outros membros da família têm vários escritórios em Curitiba: Padrão Contabilidade, Folador e Folador, Audicon Contabilidade, Organizações Nelçon Folador, Organização Central de Contabilidade, Audipar Contabilidade e Auditoria, Escopar, Folador e Sarot Ltda, Organização Folador Contabilidade, Escrital, Organização Contábil Folador, Organização Folador de Auditoria, Conatec e Audipar Auditores Independentes.

O interesse continua

O interesse pela contabilidade não parou com os filhos do seo Hermenegildo e de dona Maria, portanto. Netos e até noras se interessaram pelas Ciências Contábeis. É o caso de Marilza (esposa de Nelçon), Dirce (esposa de Jacir), Sonia (esposa de Ari) e Gisele (esposa de Darci) que se formaram e abriram escritórios. Os filhos de Darci (Leonardo e Mateus), de Jacir (Tiago), de Jandira (Eduardo e Débora), de Anerdice (Evandro e Jéferson), de Wilson (Luciano, Francine e Claudia), de Jovino (Evandro) e de Nelçon (Ketlyn e Fernando) também atuam na área contábil, com os próprios pais ou com escritórios independentes.

In memoriam

Jovino e Wilson são falecidos. Wilson, em 1995, e Jovino em novembro de 2004. Um sonho deste último era que todas as empresas da família tivessem a mesma logomarca, padronização e sistema de troca de experiências.

 
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