Jessé
Vidigal
Maringá
O vice-presidente da Câmara de Fiscalização do Conselho
Regional de Contabilidade do Paraná, César Alberto Ponte
Dura, esteve em Maringá, no dia 17 de fevereiro, apresentando os
resultados da fiscalização que o Conselho fez em cerca de
trezentas empresas contábeis da cidade, entre os meses de junho
e agosto do ano passado. Ele expôs números da atividade contábil
e falou sobre características, metodologias e objetivos da fiscalização,
que se resume em dar mais credibilidade ao trabalho do contabilista. “A
sociedade está se transformando e exigindo mais qualidade nos serviços.
O Conselho quer que o contabilista esteja qualificado, seja respeitado
e obtenha melhor remuneração pelo serviço que presta,”
disse Ponte Dura. Na ocasião, foram apresentados também
os resultados da pesquisa feita com empresários, no ano passado,
para medir o grau de satisfação com os serviços prestados
pelos contabilistas.
Durante o ano, o CRCPR fiscalizou, no estado, 2.006 empresas contábeis,
502 que mantêm contabilista empregado e 56 instituições
financeiras, em 167 cidades. O resultado desse trabalho foi o registro
de 3.390 autos de infração, sendo que 2.340 deles já
foram regularizados, 496 estão em processo de regularização
e 554 se transformaram em processo para análise da Câmara
de Fiscalização. As penalidades nos processos abertos vão
de multas que variam de R$ 240,00 a R$ 2.400,00 e até suspensão
do direito de exercer a profissão em até cinco anos.
A falta de registro no livro diário, de escrituração
contábil e de escrituração no livro inventário
são as causas mais comuns de irregularidades que geram os autos
de infração, seguidas do fornecimento inidôneo da
Declaração Comprobatória de Rendimento (Decore) e
ausência das normas técnicas de contabilidade na elaboração
de documentos. Em Maringá foram lavrados 297 autos de infração
durante a fiscalização do ano passado.
Alerta – Ponte Dura alertou os contabilistas sobre a emissão
de Decore inidônea. “Já existem casos de profissionais
condenados pela Justiça a pagar dívidas contraídas
por seus clientes, por terem emitido Decores inidôneas,” disse
ele. O entendimento da Justiça é que o contabilista é
solidário na operação de empréstimo e que
também deve ter o patrimônio pessoal colocado à disposição
para pagar dívidas dos clientes.
Contrato – Outro alerta de Ponte Dura diz respeito
à existência de contrato de prestação de serviços
entre o contabilista e o cliente. “Nas próximas fiscalizações
os agentes fiscais exigirão que os contabilistas apresentem os
contratos que mantêm com os clientes,” diz ele. O novo Código
Civil ampliou bastante a responsabilidade do contabilista. Por isso é
importante que ele elabore um bom contrato de prestação
de serviços, para ter garantia de exercício da profissão
sem se expor à pressão dos contratantes.
Pesquisa – O Conselho fez também no ano passado uma pesquisa
para medir o grau de satisfação dos empresários com
os serviços dos contabilistas. Ela realizou 5.268 entrevistas em
Maringá, sendo 3.962 em estabelecimentos comerciais, 1.135 em estabelecimentos
de prestação de serviços e 171 em indústrias.
A maioria dos empresários maringaenses informou que os serviços
dos contabilistas são ótimos (3.243 dos entrevistados),
bons (1.954 ), regulares (62) e apenas nove entrevistados disseram que
são insatisfatórios.
Maringá e região têm 1.098 contabilistas e 311 empresas
contábeis cadastrados no CRCPR, enquanto o estado tem mais de 21
mil profissionais e de 5.800 empresas contábeis.
Fiscalização em 2004 – O Conselho fiscalizará
as empresas contábeis de várias cidades da região
neste ano, informou Ponte Dura. Em abril, os agentes fiscais trabalharão
em Atalaia, Colorado, Floraí, Flórida, Itaguagé,
Itambé, Lobato, Nossa Senhora das Graças, Paranacity, Presidente
Castelo Branco e Santo Inácio; Cafeara, em junho, e Pitangueiras
em outubro. |