:: Associação alerta sobre os
riscos do glaucoma
Neuropatia
ótica glaucomatosa que restringe o campo da visão e pode causar
cegueira irreversível, o glaucoma é uma doença que tem
sido subestimada pela saúde pública. Foi da consciência
desse quadro, para alertar a população e oferecer apoio aos glaucomatosos,
que nasceu a Associação Paranaense dos Portadores de Glaucoma,
presidida por Affonso Camargo.
Em fase de constituição jurídica, a associação
funciona por enquanto em uma sala emprestada pelo Hospital de Clínicas
do Paraná, onde é chefe do Setor de Glaucoma o oftalmologista
Kenki Sakata, diretor do Conselho Científico da entidade.
Segundo o especialista, a doença é mais comum em pessoas com mais
de 40 anos. Um estudo por ele realizado na população de Piraquara
confirmou a estatística divulgada pela literatura médica: 4% das
pessoas com idade acima de 40 anos são portadoras da doença na
sua tipificação crônica. Desses, apenas 5% sabem que têm
a doença. A descoberta é demorada e muitas vezes tardia porque
a perda da visão é lenta e não são feitos os exames
preventivos. O estado do Paraná pode ter 100 mil portadores, sendo que
10% estão condenados à cegueira.
Há outros tipos de glaucoma: o congênito, o agudo e o secundário,
explica o médico. A preocupação da associação
recai sobre o tipo crônico porque ele, sozinho, atinge 80% dos doentes.
Exames
Os exames que podem identificar o glaucoma, para que ele possa ser tratado,
são baratos e acessíveis à população. São
os exames de pressão de olho e de fundo de olho. Este último,
a propósito, detecta também hipertensão arterial, diabete,
leucemia e alguns tipos de reumatismo. O médico Kenji Sakata recomenda
às pessoas fazerem exames periódicos, principalmente depois dos
40 anos se começarem a ter dificuldades de leitura.